Realmente como dizem, sentar e escrever não é inspirador. Seria interessante que meu mp3 player tivesse um plugin que gravasse todos os meus pensamentos porque tenho idéias magníficas a cada segundo do meu dia, mas simplesmente quando sento pra colocar no papel (no bloco de notas no caso) tudo some. Minha mente fica limpa, do jeito que eu tinha desejado que estivesse o dia inteiro. Mas não, durante o dia só vem atrapalhação. As mesmas de sempre.
Acho que hoje pela primeira vez desde que eu nasci eu tive um estalo de que eu sabia o que eu queria para a minha vida. Não que quando eu era pequeno eu não quisesse ser astronauta ou jogador de basquete... Dessa vez o trosso era sério. Ou ao menos eu pensava que fosse, porque eu não consigo me mexer. Tomar uma atitude.
"Eu não consigo tomar uma atitude."
[perguntaretórica]
A quanto tempo essa frase me assombra?
[/perguntaretórica]
Acho que tá na hora êinh tchê. De fazer alguma coisa em relação a tudo. De encarar a verdade e parar de fingir. De encarar os problemas e as minhas próprias escolhas. E de parar de fingir que eu sou forte. E de parar de fingir que fugir é uma solução. E de simplesmente, parar de fingir.
Agora eu me sinto inspirado pra mudar tudo isso.
E ainda vou fingir que não sei porque.
O tempo todo me coloco no lugar deles, mas nunca faço o contrário.
Seria diferente? Estaríamos, nós, fazendo as escolhas erradas?
Isso é colocado em questão todos os sábados onde há barulho nos fundos de uma transportadora semi-abandonada. Talvez não sejam todos que pensam, talvez seja apenas eu mesmo, mas por fazer parte do grupo, isso vira um problema para todos.
Perguntar o que está errado soa muito pessimista, mas faz-se necessário algumas vezes. Essa é uma delas. Então colocamos tudo na balança: "bom", "legal...", "muito bom", "não acredito", "putz mas vamo", "ela?, tss..." , "oehgAIUEHouai". Do outro lado temos: "é foda", "mas ele não quer", "ele é ruim", "não temo".
Tudo que está dentro da sala parece bem, tudo o que está fora parece mal. Simples, não? Resolva.
Não é simples, ainda bem que não coloco isso em primeiro lugar, se colocasse, não estaria aqui escrevendo, teria outro lugar para ir e não estaria aqui. O que me faz entender que realmente quero estar nisso, ou então talvez eu não quero o que digo. Talvez "eles", a quem nos comparamos queriam e fizeram o que tinham que fazer, por isso hoje são os comparados.
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Bom, com ou sem problemas, vamos avaliar o ensaio, que é o que ninguém quer saber:
Músicas novas, graças ao Laguna. Podemos gravar (graças ao investidor, que prefere ficar anônimo), mas ficou uma merda. Visitamos um macro atacado, graças ao Azar, que foi o mais comentado do dia.
O Azar apareceu e foi embora junto comigo. Primeiro, furou uma pele que nunca havia sido furada antes, o que nos rendeu uma caminhada de 3km, ida e volta. O Azar foi o responsável pela ligação que me fizeram, o que me deixou realmente triste na hora, aumentando a dor-de-cabeça pela falta de sono, mas seguí tocando. O que aconteceu depois foi fora do "estúdio" e não quero (QUÊ?), não quero comentar.
O. Vinhas